sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

MV BILL NO ACRE


No dia 10/05/2006, o rapper e ativista social MV Bill esteve em Rio Branco, quando se encontrou com o governador Jorge Viana e ministrou uma palestra sobre seu trabalho com comunidades carentes no Rio de Janeiro. Bill lançou seu mais atual trabalho, o livro Falcão - Meninos do Tráfico, uma narrativa do submundo do comércio de drogas praticado por menores no Brasil.

MV Bill é carioca da Cidade de Deus, onde mora até hoje. Com um repertório musical marcado pela denúncia social e política, tornou-se um dos mais famosos e respeitados rappers do país. Recebeu vários prêmios por sua atuação no movimento hip-hop, como o destaque do ano do Unicef em 2004 e, em 2003, como um dos rappers mais politizados dos últimos dez anos, prêmio também concedido pelaoUnicef. No Fórum Mundial das Culturas, em Barcelona, em 2003, recebeu das Nações Unidas um documento que o consagrou, junto a artistas de vários países, como Cidadão do Mundo.

Pela primeira vez no Acre, Bill presenteou Jorge Viana com um exemplar do seu livro, inscrevendo uma frase em que pede ao governador não esquecer dos mais pobres. “É muito legal estar aqui porque não só vou ensinar mas principalmente aprender com todos”, disse Bill. “Agradeço a ele por fazer o Brasil pensar mais profundamente em um tema tão complexo”, disse o governador.

A palestra em Rio Branco foi realizada no Teatro Plácido de Castro e teve o apoio do Governo do Acre para o projeto Sempre Um Papo, realizado pelas agências Perillo Comunicação, AB Comunicação e a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet), com o apoio da Fundação Cultural Elias Mansour, Fundação Garibaldi Brasil, Rico Linhas Áereas, Nilcestur, Iesacre, Afa Bistrô, Hotel Inácio. À frente da ONG Central Única das Favelas (Cufa), o rapper carioca que luta contra desigualdade social, MV Bill, vem conquistando espaço por todo o Brasil, principalmente com o sucesso do documentário e do seu novo livro. Premiado pelo trabalho que realiza nas periferias em torno do universo hip hop, ele adianta o desejo de conhecer as atividades da juventude acreana que utiliza a mesma ferramenta para driblar o caminho das drogas, tráfico e violência.

Sem o total apoio de que precisa, Bill trabalha com a Cufa com o objetivo de dar outra opção de vida para jovens que vivem em comunidades carentes de todo o país.

O material necessário para a realização dos projetos são adquiridos através de shows e de parcerias como a com o jogador da Seleção Brasileira, Ronaldo, que resultou na reconstrução do Teatro da Associação de Moradores da Cidade de Deus.

A iniciativa serve de exemplo para jovens do Brasil também fazerem mais em seu bairro ou em toda a cidade. No Acre, MV Bill já é um ícone para o Núcleo de Hip Hop Mucambo e o Centro Acreano de Cultura Hip Hop. Ambas as organizações trabalham o hip hop na periferia, levantando a auto-estima dos jovens com políticas públicas da juventude, protagonismo juvenil, em oficinas de grafite, break, eventos para a comunidade e outros.

Mesmo sem o apoio necessário, MV Bill trabalha com a Cufa com o objetivo de dar outra opção de vida para jovens que vivem em comunidades carentes do Brasil inteiro. Para entidades acreanas que atuam no mesmo segmento, o rapper tornou-se uma importante referência. O material necessário para a realização dos projetos são adquiridos através de shows e de parcerias como a com o jogador da Seleção Brasileira, Ronaldo, que resultou na reconstrução do Teatro da Associação de Moradores da Cidade de Deus.

O novo CD de MV Bill, “Declaração de Guerra”, traz a mesma contundência discursiva e um salto qualitativo musical. Pode-se mesmo dizer que esse upgrade se refere não apenas ao seu trabalho anterior, “Traficando Informação” (1999), mas, pela musicalidade e diversidade nos arranjos e na produção, talvez abra um caminho de possibilidades novas para o rap nacional como um todo.

O CD, que saiu pela Natasha Records/BMG, inicia-se com “Soldado Morto”, lenta, bem musicada e triste, é a continuação de “Soldado do Morro” do CD anterior; na sequência uma alternância de ritmo radical, numa batida animada pelo melhor estilo West Cost, na música “EMIVI”; entra então a já famosa do clipe e da apresentação na praia de Copacabana em que Caetano voluntariamente fez segunda voz para “Só Deus Pode me Julgar”.

Perguntas - O rapper fez uma rápida explanação sobre o documentário e as dificuldades para concluí-lo. Foram 90 horas de depoimentos e imagens de crianças traficando e portando armamento pesado. O vídeo foi exibido pelo Fantástico, da Rede Globo e chocou o Brasil. Após contar essa história, Bill respondeu às perguntas da platéia que lotou o Teatrão para vê-lo. Pôde ver também a quantas anda o movimento hip hop no Acre. “Gostei do que vi”, disse ele ao final.

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