terça-feira, 21 de abril de 2009

CAETANO LANÇOU MOVIMENTO EM DEFESA DE CANDIDATURA DO MV BILL

Voluntário de primeira hora de projetos sociais em favelas cariocas,Caetano Veloso aproveitou sua participação no show de aniversário do Rio na Cidade de Deus para verbalizar o que já rondava várias cabeças em torno da liderança consolidada por MV Bill com ações sociais, livros e documentários sobre o cotidiano sem perspectivas da periferia. Antes de cantar uma música a pedidodorapper, Caetano sugeriu que a multidão começasse a pensar em Bill como “senador da República”.
“Gosto do Bill como pessoa doce e figura pública firme. Dos rapes aos livros, vejo uma personalidade política amadurecendo. Acho que eu disse Senado porque queria ressaltar essa maturidade. Ele encarna os movimentos complicados por que estamos passando em nosso caminho para a grandeza. O bonito é como ele convive com as contradições de modo doce. Eu simplesmente tenho confiança nele”,justificou Caetano,em declaração enviada por sua assessoria de imprensa.
A fala do cantor no show se ampliou em poucos dias com vídeos reproduzidos no site You Tube, provocando uma onda de discussões na internet que expôs o apelo por um represente que muitos julgam genuíno por não ter passado partidário. Outros expoentes aderiram, como o cineasta Cacá Diegues, que também aparece em vídeos na internet dizendo querer votar em Bill.“Ele deve se candidatar porque o povo precisa ser representado pelo povo. Está na hora de mudar radicalmente, não trocar um político parecido para um político igual”, argumenta Diegues.
O cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, coordenador da pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) que sondou a viabilidade da candidatura do rapper, concorda que a desmoralização da classe política é o que impulsiona nomes tidos como suprapartidários, como MV Bill, mas lembra que a falta de identidade com partidos sempre foi uma tradição brasileira.
“Tradicionalmente, cercade 30% das pessoas nas pesquisas se dizem com alguma simpatia partidária. A intenção da nossa pesquisa foi avaliar a aceitação à pessoa do MV Bill, que é visto como alguém que não vai ser cooptado por um sistema viciado. Mas, quando se está fora do sistema, é fácil rejeitá-lo. O dilema é entrar nesse jogo sem frustrar ao incorporar a lógica que prevalece na política, que tem os seus ritos”, avalia Monteiro, lembrando que outros ícones políticos dos excluídos, como Benedita da Silva, não conseguiram evitar decepções.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

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